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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

06 de maio - dia municipal da matemática em Salvador.

06 de maio - dia municipal da matemática em Salvador também autoriza o poder executivo (na prática, leia-se: a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer) a “estimular e promover atividades educativas e culturais alusivas a data”. Esta lei nasceu de uma demanda política dos educadores baianos que militam em defesa de uma formação matemática de caráter cidadão. 
Valeu a pena ser um pescador de ilusões. 
Parabéns EMFoco! Parabéns Vania Galvao! Parabéns Ricardo Henrique Andrade!
 7894: uma soma perfeita de esforços

Ricardo Henrique Andrade
Professor de Filosofia da UFRB

7894/2010 é o número da lei que institui a data de 06 de maio como dia municipal da matemática em Salvador. O projeto de Lei que foi apresentado pela Vereadora Vânia Galvão na Câmara dos Vereadores e sancionado no dia 26/09/10 pelo Prefeito, também autoriza o poder executivo (na prática, leia-se: a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer) a “estimular e promover atividades educativas e culturais alusivas a data”. Esta lei nasceu de uma demanda política dos educadores baianos que militam em defesa de uma formação matemática de caráter cidadão. Um ensino da matemática que reconheça as diferenças culturais e se coloque a serviço da vida prática, isto sem perder o encanto pela imagética das formas e relações abstratas, prenhe de harmonia e beleza para quem aprendeu a contemplá-las. Não podemos negar aos nossos cidadãos esta oportunidade de fruição que é ao mesmo tempo lógica e estética.
Quando ensinada a ferro-e-fogo, a matemática se torna uma tortura insuportável para os estudantes, uma repetição oca de procedimentos e da tabuada que outrora era tatuada nas mãos pela palmatória. O prazer sádico dos professores inexpressivos que amavam os números e odiavam as letras provocou em muita gente um trauma cognitivo, uma espécie de bloqueio mental que incapacita a realização de inúmeras tarefas práticas que envolvem a abstração numérica ou geométrica. O prejuízo social desta pedagogia do suplício é incalculável. Além de essencial as áreas duras da ciência e tecnologia, o aprendizado de matemática é útil à realização de operações mentais mais complexas (embora ordinárias) que são indispensáveis para nossa sobrevivência. As competências e habilidades relacionadas ao aprendizado lógico-matemático são, antes de qualquer coisa, um direito que não podemos recusar aos cidadãos de uma sociedade moderna.
Perfeita soma de esforços. A combinação do ativismo pedagógico e inventivo do EMFOCO – um destacado grupo baiano de educadores matemáticos – e da sensibilidade de uma parlamentar – cuja história é marcada pela defesa dos direitos fundamentais – possibilitou um projeto que colocou mais um degrau na história da cidadania soteropolitana. Precisamos estender este direito a Assembleia Legislativa do Estado e também a Câmara Federal, onde já existe um Projeto de Lei, estacionado. O direito a uma educação matemática de qualidade é inalienável, assim como o aprendizado da língua e o acesso às culturas. Esperamos que em 2011 a Prefeitura Municipal, através dos órgãos competentes, faça valer esta data nas escolas e nas ruas, combinando educação e cultura! O atraso é enorme, há muito por fazer.
Mas por falar em perfeição, não poderia deixar de concluir sem mencionar uma curiosidade. A data de 06 de maio comemora o aniversário de nascimento do escritor brasileiro Malba Taham, o célebre autor do “Homem que calculava”. Foi neste livro que aprendi o que era um número perfeito: aquele cuja soma dos divisores (exceto ele próprio) corresponde ao seu valor. Assim é o número 6: 1 + 2 + 3. Assim também é o número 28. Sem querer bancar o místico, mas seguindo o espírito da personagem do livro: vocês já somaram os valores absolutos dos algarismos desta lei?

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Ricardo Henrique Andrade
 

Um comentário:

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